Em transmissão em directo na sua página oficial, Venâncio Mondlane explicou, detalhadamente, as razões que o levaram a aceitar a tomada de posse no Conselho de Estado, frisando que a decisão resultou de uma consulta pública junto dos seus seguidores.
“Tomei posse, sim, como conselheiro de Estado. E como eu disse, eu fui em nome do povo. Eu fui em vosso nome tomar posse no Conselho de Estado”, afirmou Mondlane, destacando que não se tratou de uma escolha pessoal ou baseada em interesses próprios.
Segundo o político, no primeiro inquérito realizado a 24 de Junho, participaram 10.605 pessoas. “Destas, 87%, equivalentes a 9.226 cidadãos, disseram: ‘Sim, Venâncio, vai tomar posse’. Apenas 13%, ou seja, 1.379, responderam que não.”
Mais recentemente, a 31 de Agosto, um segundo inquérito envolveu 5.900 respostas. “76% (4.484 pessoas) disseram que eu devia tomar posse. 24% (1.416) disseram que não. Somando os dois inquéritos, 13.709 pessoas disseram sim, enquanto 2.795 disseram não.”
Mondlane foi peremptório: “Estou autorizado pelo povo a ir tomar posse. O povo é o verdadeiro boss. Se o boss disse que tenho que cumprir, eu cumpro.”
Partido ANAMOLA
No mesmo directo, Mondlane reforçou a posição do seu novo partido, a Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA).
“Neste momento, somos o maior partido de Moçambique. Não temos nem dois meses de existência, mas somos o partido mais falado do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico”, disse, apontando que a meta é conquistar a maioria dos municípios em 2028 e vencer as presidenciais de 2029.
Mondlane anunciou ainda a realização do primeiro Conselho Nacional do partido, marcado para os dias 20, 21 e 22 de Setembro, na cidade da Beira, com a presença de mais de 500 delegados. Nessa ocasião, será lançado o sistema de adesão oficial: “A inscrição será de 50 meticais, acrescida da primeira cota de 100 meticais. Em menos de cinco minutos, qualquer cidadão terá um cartão digital no seu telefone e passará a ser membro da Ana Mola.”
Apelo ao financiamento popular
Durante a transmissão, Mondlane apelou ao financiamento directo dos cidadãos para a realização do evento da Beira, cujo orçamento estima em 10 milhões de meticais.
“Preferimos ser financiados pelo povo e não pelos narcotraficantes, pelos burladores, pelos fraudulentos, pelos ladrões. A nossa luta é transparente. É o povo que deve sustentar este projecto”, frisou, disponibilizando números de contas bancárias e plataformas digitais para contribuições nacionais e internacionais.
Compromisso político
Mondlane assegurou que a sua presença no Conselho de Estado tem como único objectivo a defesa dos cidadãos.
“Corrupção é zero meticais. Não há nenhum pagamento, nenhum dinheiro que vai comprar a minha consciência. A minha missão é defender o meu povo, lutar pelos desfavorecidos, pelos pobres, pelos injustiçados. Para mim, lutar pelo povo é como respirar: se eu parar de lutar, eu paro de viver”, declarou.
No fecho do directo, Mondlane voltou a convocar os moçambicanos: “Beira, estou aí nos dias 20, 21 e 22 de Setembro. Vamos lançar o partido, o aplicativo para adesão e as estratégias para as próximas eleições. Este é o maior movimento de massas da actualidade.”