O bairro Malhazine foi palco de uma história digna de novela, que rapidamente ganhou espaço nas rodas de conversa e nas redes sociais. Um jovem, cansado de suportar a traição da namorada, decidiu arquitectar uma vingança que terminou de forma inesperada e cruel.
Segundo relatos de testemunhas próximas ao casal, o jovem descobriu que vinha sendo traído, mas ao invés de confrontar de imediato a parceira, preferiu “jogar o jogo” e fingir perdão. Durante oito longos meses, suportou os chamados “chifres”, acumulando paciência e guardando rancor, até que chegou o dia da sua vingança calculada.
A cena final aconteceu no luxuoso restaurante do Hotel Avenida, na Julius Nyerere, uma das zonas mais sofisticadas da capital. O casal chegou ao local de forma descontraída, pediu o melhor da casa, brindou com vinho fino e degustou um menu de alto nível. O ambiente era de romance e aparente reconciliação.
No entanto, o clima mudou na hora da sobremesa. O jovem fingiu receber uma chamada importante e, antes de se ausentar da mesa, disse à namorada que alguém iria entregar-lhe uma “surpresa especial”. Poucos minutos depois, um desconhecido aproximou-se e entregou um envelope à rapariga.
Quando ela abriu e leu o conteúdo, percebeu tratar-se de uma carta escrita pelo próprio namorado, revelando toda a farsa: durante meses fingira perdoar a traição apenas para preparar aquele momento de vingança. Chocada com as palavras, demorou três minutos para processar o golpe, mas já era tarde demais: o jovem havia desaparecido, abandonando-a à mesa e deixando-lhe a pesada conta do jantar no restaurante mais caro da cidade.
A história correu rapidamente no bairro Malhazine, onde muitos a apelidaram de “O Amigo da Onça”, em alusão ao famoso ditado popular sobre a vingança disfarçada de amizade. Para uns, a atitude do jovem foi cruel e desnecessária; para outros, foi uma “justiça poética” que expôs a infidelidade da namorada de forma memorável.
O episódio, para além de alimentar debates sobre traição e vingança, trouxe à tona a reflexão sobre até onde alguém pode ir quando decide responder à dor com frieza e cálculo.